domingo, 1 de fevereiro de 2015

Que vem de lugar nenhum

Nascer é a morte, não é? Não me sinto aqui; quer dizer, há um alguém fora de mim que lhe sorri, mas às vezes alcanço a margem dos meus olhos e percebo o quão perigosa é a realidade. Você não acha chapada demais esta paisagem? O céu, que outrora me despertava uma ânsia desconhecida, agora me parece apenas um cenário. Sinto-me enfurnada dentro de uma caixa e quando apago a vida — que nem sei o que é ou foi — afundo no infinito onírico e como isso é maravilhoso! Tenho medo de sonhar, mas sonho e sinto prazer. Que é prazer? Aqui na mesmice do virtual meus sentidos miram em algo denso, extremamente comovente e intenso ao máximo quando apenas o encaro. E isso me vem como tormento porque os teus olhos me refletem o nada que tanto busco! Olhos de quem também sonha, de quem afunda em si. Olhos de quem me desespera em silêncio.

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