entre meus medos tolos
o que é mofo
vez ou outra me intoxica.
sigo meus rígidos passos
alimento o tempo
com solos
de cortes táteis.
há um ciclo de mesmices
que tento subverter
quando lhe viro o rosto de manhã
quando digo ao meu filho:
— meu menino, não chore!
percebe como pesco o mundo
com essas mãos
onde mordo minhas angústias?
miro prédios com um plano de fundo falso,
posso puxar esse azul
com a ponta dos dedos,
meter nos teus olhos
toda essa secura.
há um manto morno
forrando meu agora.
eu viveria de alegorias
para lhe poupar
o peso do meu choro.
pela nuca ouço o caos rítmico,
das tragédias em sequência.
sou capaz de me encolher
até caber na fresta de luz
que invade o tédio.
não sou capaz de me enganar sozinha
esses socos ao pé do ouvido bastam.
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